domingo, 29 de novembro de 2015

José Fernandes

José Moreira Fernandes, o ”Zé Taleta”, foi sempre um amante do atletismo. Ao longo da sua vida, participou em corridas nos mais diversos locais de Portugal, competindo taco a taco com atletas de muitos clubes.
Na sua casa existem centenas de troféus e medalhas que foi conquistando ao longo da sua carreira. Começou a correr no saudoso Sport Clube São Vicente da Beira, passou por vários clubes:-Setúbal, Covilhã, Silvares…, atualmente, como veterano, corre no Grupo Desportivo dos Pereiros.
Franzino, qual papa-léguas; o Zé corre, corre…, nas Beiras há poucos como ele. Ficar em primeiro lugar foi sempre o seu objetivo, caso não acontecesse ficaria perto. Veloz, as distâncias vence-as com uma facilidade tremenda. Juntamente com seu irmão Luís, fazem uma boa dupla ”apesar de não ser tão rápido”. No seu escalão ainda não é qualquer um que o vence.







J. M. S.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Francisco Caldeira



Francisco Caldeira Leytam de Brito Monis Albuquerque, da Sertã, casou, em São Vicente da Beira, no dia 5 de dezembro de 1768, com a vicentina Dona Ignes Caetana de Morais Sarmento e Andrade, filha de Manoel Caetano de Morais Sarmento, capitão-mor do concelho.
Depressa o genro lhe sucedeu no cargo.
O casamento realizou-se por procuração de ambos os noivos. As bençãos e a consumação do casamento terão ocorrido em Janeiro, pois estávamos no Advento, tempo interdito a este tipo de "festejo".
Possivelmente com as terras herdadas pela sua esposa, terá Francisco Caldeira formado a Quinta Nova, que ele, ou seus descendentes, mandou murar.
Poucos anos após o casamento, Francisco Caldeira pediu ao rei D. José autorização para fazer a canada dos Carquejais (documento já aqui publicado), a fim de que o seu gado pudesse circular livremente entre a quinta e as Lameiras, de onde já nessa altura trazia a água para regar a quinta.
O seu filho Gonçalo casou com a herdeira da casa senhorial da Borralha, Águeda, e o neto, também chamado Francisco Caldeira, recebeu de D. Maria II o título de visconde da Borralha, recebendo o bisneto Gonçalo Caldeira o título de conde. Por isso chamamos à Quinta Nova a quinta da Casa Conde.
Terá sido o 1.º visconde ou o 2.º conde (1878-1946), ambos chamados Francisco Caldeira, a dar o nome ao nosso largo da Fonte Velha.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ainda o passeio: Pedras que falam


Bem longe dos luxos arquitetónicos das casas de famílias que ficaram na história da nossa terra (os Costas, os Cunhas e alguns outros), estas paredes são o que resta da casa onde a Ti Ana Prata e o Ti Miguel Rodrigues viveram e criaram os muitos filhos que tiveram.
À esquerda, o forno resistiu ao trabalho de matar a fome a tantas bocas, e continua de pé, pronto a receber mais fornadas de pão.
Mesmo em ruínas, foi uma emoção olhar para aquelas pedras e imaginar as histórias que contariam, se falassem…


M. L. Ferreira

sábado, 21 de novembro de 2015

Abelhas asiáticas?

São enormes, acastanhadas à frente e amareladas atrás, “asiáticas certamente”. Ao aproximar-me da oliveira para cortar os ladrões e estender o fato, de uma taloca saiu um “batalhão”. Fugi a sete pés, uma delas ferrou entre o olho direito e a sobrancelha ”ainda me doi”, são dores…, lama, medo, aguentei. Com o pulverizador ,“xeriguei” gasolina para dentro da taloca, “conselho do meu cunhado Carlos” e consegui destruir o ninho.






JMS

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Colunas renascentistas


Esta base de coluna está numa casa da Rua do Eiró e na extremidade esquerda desta varanda está outra.
O João Paulino encontrou outras duas bases de colunas no entulho por baixo da lareira da casa que foi da minha tia Carlota Prata e agora está a ser reconstruída pelo Adelino Costa e pela minha irmã Eulália.
Há dois "palácios" de onde elas poderão ter vindo: do paço dos Costa e mais tarde Cunha, junto à Câmara Municipal, a sul, do século XVI/XVII; do convento franciscano, criado no século XVI, mas que terá sido construído, na sua maior parte, no século XVII.
Existiam outras casas senhorias, neste passado mais longínquo, 
mas qualquer delas ficariam muito longe do luxo arquitetónico que colunas destas implicavam.

José Teodoro Prata

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Outono na Gardunha





O fotógrafo destas e das fotos anteriores foi o André Varanda.
Como fiquei com a máquina antes do final, não tenho a cara enfarruscada dele para vos mostrar.

José Teodoro Prata


Esta é do Luís da Libânia.

domingo, 15 de novembro de 2015

Tantas histórias...


Uma selfie, na paragem para vermos a casa onde viveu o avô do sr.º José Matias.


Na boca da mina das Lameiras.


Cruzamento das Lameiras: seguir para a Senhora da Orada ou para o Casal da Serra?


Aos tortulhos.


A descansar, no miradouro.


Aqui foi preso o Pistotira!


À chegada, o magusto.

Este ano participaram mais pessoas, cerca de 30.
Vale a pena com qualquer número, mas assim é bem melhor!

José Teodoro Prata

sábado, 14 de novembro de 2015

Já amanhã




É já amanhã o nosso passeio anual.
As fotos são de passeios de anteriores.
A partida é às 14.15h, na Praça.
Sem atrasos, pois às 17h começa a escurecer e aguarda-nos o magusto!

José Teodoro Prata

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A nossa gente

    Fotografia cedida pelo Pedro Gama Inácio

Esta fotografia tem perto de setenta anos e foi tirada na Senhora da Orada. O homem do meio, com a guitarra, chamava-se Joaquim Inácio e penso que era o mais velho de seis filhos. Está rodeado por dois dos irmãos. À direita o César Inácio com a sua Patrocínia; à esquerda (a segunda a contar da ponta) a Maria José com o seu Guilhermino. À roda, alguns dos muitos filhos que ambos os casais tiveram; alguns já casadoiros, outros ainda crianças de colo.
Nasceu em 1895 e, como muitos rapazes daquele ano, foi mandado para a França durante a 1ª. Grande Guerra. Esteve lá para cima de dois anos e quando regressou trazia uma folha de serviço quase limpa, o que lhe valeu ser admitido na GNR, apesar de, muito provavelmente, não saber ler nem escrever.
Foi colocado no Quartel do Carmo e diz-se que valeu a muitos conterrâneos que iam ter com ele a pedir ajuda. Uma vez, era o Zé Marau ainda rapaz novo, foi a Lisboa e, às voltas pela cidade, foi ter ao Palácio de S. Bento. Admirado com o jardim que havia à volta, quis ver melhor e encostou-se ao muro para espreitar. Ainda mal tinha posto a cabeça dentro, sentiu-se agarrado por um polícia que lhe perguntou:
- Olha lá, meu burro, não sabes que não se pode passar para lá do risco encarnado?
O Zé Marau bem tentou explicar que não tinha visto risco nenhum e só queria ver o jardim, mas o guarda meteu-o num carro e levou-o preso para o Quartel do Carmo. Por sorte, quando lá chegaram, encarou logo com o Jaquim Inácio que lhe deu um abraço e afiançou que era filho de boa gente. Depois pegou-lhe por um braço e foram os dois beber um copo no primeiro sítio que encontraram.
Sempre que podia, voltava à terra e as festas de Verão e a Senhora da Orada não se faziam sem ele. Parece que a mulher e as filhas nem sempre o acompanhavam, mas a guitarra trazia-a sempre, bem afinada. Era uma alegria quando se juntava com os amigos, à noite, e corriam as ruas da Vila, do cimo ao fundo, a tocar e a cantar. Só paravam à porta das tabernas para afinar a garganta. E na Senhora da Orada, depois de comerem a merenda, pegava na guitarra e armava-se logo ali o baile, com a família e os amigos todos a dançar.
Os irmãos tinham um grande orgulho nele e disputavam entre si quem é que lhe dava de comer e de dormir sempre que cá vinha. Apesar de serem todos muito pobres, esmeravam-se nos mimos cedendo-lhe a melhor enxerga e pondo-lhe na mesa o que de melhor tinham em casa. Diz que um ano coube a um dos irmãos mais pobres recebê-lo. Como não tinham roupa à altura do que sentiam que ele merecia, foram pedir a outra irmã os lençóis do casamento para lhe fazerem a cama. Ficou tão bonita que até parecia um altar.
Um dia, meados de maio de 1961, chegou cá a notícia de que tinha morrido. Diz que nesse ano ninguém da família foi comer a merenda à Senhora da Orada…

M. L. Ferreira

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Azeitona carrasquenha


Permitam-me que faça aqui o elogio da oliveira carrasquenha. Ela é a parente pobre do olival e está a tornar-se rara, mas ainda vai resistindo, talvez porque os nossos mais velhos tinham inscrito no seu ADN a biodiversidade.
Tenho uma oliveira carrasquenha e só este ano me apercebi de que não me dá cuidados nenhuns. A galega é tão delicada que basta chover sem fazer frio, enche-se de gafa e cai de podre. A bical não se dá na meia altitude da serra e por isso quase não produz. A cordovil é bem boa, mas não somos só nós a gostar dela, a mosca também e por isso facilmente nos aparece bichada. Andava eu nestas reflexões quando me aproximei da oliveira carrasquenha. Ali estava uma amiga fiel, sempre com meia carga ou a vergar de peso, raramente com bicho, nunca com gafa.
Desconfio que ela vem diretamente dos primórdios, sem mutações genéticas como acontece com quase todas as nossas árvores domésticas. Por isso é mais resistente à gafa e a outras pragas.
Tenho uma oliveira da CEE, já grande, que ainda não deu nada e já decidi: para o ano, em março, vou fazer uma homenagem à minha boa amiga e enxertá-la de oliveira carrasquenha!

José Teodoro Prata

domingo, 8 de novembro de 2015

Os caçadores da minha terra

Sento-me em frente ao castanheiro e contemplo a dança das folhas amarelecidas que vão caindo das ramagens, debaixo da árvore, um grande “carcomelo”, -parece um guarda-chuva- seu pequeno tronco possui um anel, sinal que se pode consumir.
Subo o pinhal, com um pau remexo a caruma aqui e ali a terra sobressai “escrapiada”. Com cuidado retiro-a, por baixo encontra-se um míscaro. Não está sozinho, muito perto existem outros rodelos. Ouço o latir de cães, de repente passa junto a mim um coelho que estava a ser perseguido por três podengos, um trom e no alto de uma “pesserra” surge um caçador com o cano da espingarda fumegando, um dos cães com o rabo a abanar transporta na boca o coelho…


Os campos da minha terra
São de uma beleza inigualável
Ao fundo o campo, ao cimo a serra
Onde há muita água potável
Na Oles travou-se uma guerra
Os camponeses com sua rusticidade
Na sua terra passam a mocidade

No tempo das caçadas
Operários, doutores e campestres
Pegam suas espingardas
Alguns são verdadeiros mestres
Calcorreiam matos e lavradas
Os cães farejam, latem, são umas pestes
Coimbra busca, agarra, ele anda ai
Carriço…está ao pé de ti

Arma em riste, coronha ao ombro
Empisca o olho em direcção à mira
Pum… ouve-se um grande estrondo
Caçador mais uma vez atira
Que grande coelho, caiu redondo
Este é para a minha avó Alzira
Caçador palmilha, anda, mesmo maçado
Percorre as ruas da vila todo inchado

O diabo é quando a caçada corre mal
Surge na vila disfarçado
Entra logo pelo quintal
Deixa lá homem; vens cansado
São assim regra geral
Vem comer este coelho guisado
Que bom está o coelhinho
Bota aqui mais um copinho

Matei este coelhito ao amanhecer
Os cães não queriam caçar
Andavam cansados, não queriam correr
Bem gritava; busca… agarra…mas tive azar
O piloto encostou-se a mim a gemer
Vamos para casa, para o nosso lar
Não têm faro, o calor aperta
Os coelhos estão encovados pela certa

Na taberna já com um copito
O caçador gabarola…
Só mataste um reles coelhito
Mal enchia a “caçola”
Eu matei dez e falhei outros tantos, tenho dito
Tu o que tens é gola
Não acreditas! Pergunta à minha
Estão dependurados na cozinha

É feliz o caçador
Mesmo espetando cada peta
Calcorreia os campos com amor
Ao ombro leva a escopeta
Com frio, neve ou calor
Leva o carriço, o tejo e a violeta
Botas ferradas, arma em riste
O caçador nunca está triste

Porque o caçador Vicentino
É vivaço e ladino

Zé da Villa

sábado, 7 de novembro de 2015

Diospiros



O meu primo Jaime (Teodoro Nicolau) disse-me, há tempos, que a sua horta no Casal da Fraga dava os diospiros melhores do mundo.
Acredito: a horta dele (a água da ribeira e o calor daquela encosta soalheira) e as nossas.
É de facto um fruto extraordinário. Acho que só o conheci já no Tortosendo e era o único motivo que me obrigava a roubar, qual macieira do paraíso. 
Sorrateiro, deslizava pela escadaria da fonte e piscina e escondia-me na ramagem da árvore, à cata deles.

Com as cores do outono ficam ainda mais bonitos!

José Teodoro Prata

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Passeio pedestre

Os recantos e encantos de
São Vicente da Beira


Passeio pedestre pelos enxidros

15 de Novembro; 14.15h - 17.00h

Local de partida e chegada: Praça


Conhecer

Os passos do Pistotira
A canada dos Carquejais
A regadia das Lameiras
A mina de volfrâmio
Os soutos da Gardunha
O miradouro da serra
As cores do outono

Organização:
- Junta de Freguesia
- Blogue “Os Enxidros”
Nota: a chegada do passeio coincide com o início do magusto
     
José Teodoro Prata

terça-feira, 3 de novembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

Zulmira Fadista


Amanhã, no início da tarde, a nossa fadista (Zulmira Mendes da Silva Lobo) estará no Forum Lisboa, 
antigo Cinema Roma, para cantar os seus fados. 
Acompanham-na os irmãos Freire do Fundão 
(foram colegas de vários vicentinos que passaram pelo Seminário do Tortosendo) 
e um músico Chileno, a trabalhar na Covilhã(?).
Disseram-me que foi selecionada de entre 300 candidatos, não sei se só daqui ou do país todo.
É uma honra para nós. Boa sorte!

José Teodoro Prata