quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Alexandre Henriques

Síntese do trabalho “Movido pela loucura ou pela fé: trajetória de Alexandre Henriques”, da investigadora Grayce Mayre Bonfim Souza, professora na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Brasil, e publicado em

Alexandre Henriques foi batizado, em São Vicente da Beira, pelo Padre cura Antonio Simões Leitão, aos onze dias do mês de dezembro de mil seiscentos oitenta e nove anos e foram padrinhos Pedro Rodrigues da Costa, solteiro, filho de Alexandre Henriques e de sua mulher Brites Rodrigues, e sua madrinha Leonor Rodrigues da Vila do Sabugal. Era filho de Francisco Henriques da Costa, comerciante de tecidos, e Clara Rodrigues, todos de São Vicente da Beira.

Em dezembro de 1706, Alexandre Henriques procurou a Mesa Inquisitorial do tribunal de Lisboa para confessar que praticava o judaísmo e que havia sido iniciado (juntamente com sua irmã Maria Nunes) por sua mãe, Clara Rodrigues, e pela madrinha, Leonor Rodrigues (também sentenciada pelo tribunal). Nessa ocasião, ele fez referência ao ritual de jejuar e “guardar o dia grande do mês de setembro”. O jejum grande consistia em abstinência completa de “alimentos sólidos ou líquidos durante 24 horas do Iom Quipur, iniciado na véspera, quando a primeira estrela aparece no céu, encerrando no dia seguinte à mesma hora”.

Após confessar perante o Santo Ofício, ficou por certo tempo na Corte, dedicando-se a alguns negócios, e depois passou para a cidade de Leiria; em seguida foi assistido na Vila de Perucha (Ourém, Portugal) e depois no Rio de Janeiro, e posteriormente nas Minas. Por fim, foi recolhido como louco pelo hospital da Santa Casa da Misericórdia na cidade da Bahia.

Alexandre Henriques, cristão-novo e mercador, foi preso em Serro Frio, região das Minas do Ouro, e enviado à Baía e depois para Lisboa, onde deu entrada na prisão dos Estaus (Rossio, sede da Inquisição, no lugar do atual teatro D. Maria II), no dia 16 de março de 1734, com 46 anos de idade.

Quando foi preso, disse que ele ao tempo em que foi preso tinha uma loja, que importaria em vinte e tantos mil cruzados de fazendas [...]. E do líquido, que se lhe quer [são] vinte e duas dobras de dose mil e oito [centavos] cada uma, e dez patacas de trezentos e vinte réis cada uma, que importam em três mil e duzentos réis, e quatro oitavas de diamantes brutas, que não se sabe o quanto valeriam.

Na Baía, onde foi recolhido ao Hospital da Misericórdia, por loucura, Alexandre Rodrigues disse que não acreditava na Santíssima Trindade, que há um Deus poderoso, mas não trino nas pessoas, como também negava a encarnação do divino Verbo, a pureza imaculada da Virgem Santíssima e, finalmente, todos os mais mistérios da nossa Santa Fé, da instituição do Sacramento do Altar, Sagrada Eucaristia, Ressurreição... Encerrado o seu discurso herético, teria confessado ser judeu de nação e acreditava que só a “lei de Moisés era verdadeira e que nela queria morrer, ainda que o queimassem vivo. E que desde os sete anos o seu nome verdadeiro era Isaac Pecador.

As testemunhas consideraram que Alexandre Rodrigues era movido pela convicção religiosa de um judeu “muito apaixonado” e não pela loucura.

Alexandre Rodrigues declarou ainda que, depois que saiu do Santo Ofício, em 1706, viveu apenas três anos na lei de Cristo, retornando então para a lei de Moisés, porque o demónio o perseguia.

Ao próprio Vice Rei, que lhe perguntou se ele era cristão e cria em Deus, logo lhe respondeu publicamente que era judeu, e que cria no Deus de Israel e na Lei de Moisés em que havia de morrer.
Ao Comissário da Inquisição João Calmon, pediu Alexandre Rodrigues que alcançasse licença de liberdade de consciência para viver na lei de Moisés em que só cria por verdadeira.

Enviado à Inquisição de Lisboa, permaneceu no cárcere de Estaus durante mais quatro anos. Mandou-se então investigar o seu passado, em S. Vicente da Beira.

Da diligência realizada, pelo comissário do Santo Ofício Manuel Simões, obtiveram-se poucas informações, mas o suficiente para perceber que a família, desde muito cedo, foi se decompondo por conta das perseguições religiosas. Nos relatos e outras informações que surgem ao longo do processo, foi possível identificar três de seus irmãos. O pai, Francisco Rodrigues da Costa, era um cristão novo e mercador, e a mãe, Clara Rodrigues, foi presa em 21 de março de 1703, por acusação de judaísmo, sendo sentenciada em Auto de Fé que ocorreu no ano de 1705, cuja pena foi abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo sem remissão, degredo para Angola por 5 anos e penitências espirituais. Maria Nunes, irmã de Alexandre Henriques, também procurou a Mesa em 1706 para confessar que judaizava e Brites Rodrigues da Costa ficou presa nos cárceres dos Estaus por mais de um ano e meio. Consta ainda no sumário que o terceiro filho, Pedro, tinha problemas mentais e morreu ainda muito jovem, em 1703. Segundo as testemunhas, o mais novo era Alexandre e havia-se ausentado da Vila fazia muito tempo.

Considerado louco, foi Alexandre Rodrigues entregue ao Hospital Real de Todos os Santos, onde faleceu, em novembro de mil setecentos e trinta e sete.

Notas:
- Apelidos de Alexandre Henriques e sua família: Henriques, Rodrigues, Nunes e Costa.
- Em 1689, o cura da Igreja de São Vicente era António Simões Leitão. Em 1733-37, o representante local do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) era Manuel Simões, o qual sabemos ter sido padre e licenciado. Aliás, em 1739, exerceu provisoriamente o cargo de Vigário. Em 1709, este Manuel Simões foi padrinho de um filho de Manuel Lopes Guerra. Ambos, Manuel Simões e Manuel Lopes deram nomes a ruas do Cimo de Vila. Em 1762-85, existiu um Doutor Manuel Simões e, na mesma época, um Cláudio António Simões (filho de Manuel Lopes Guerra), também letrado, pois era escrivão da Câmara. Foi a filha deste, Maria Benedita Simões Feio de Carvalho, que casou com um membro da família Cunha Pignatelli, fundando a Casa Cunha, em São Vicente da Beira.
- O grande dia do Iom Quipur, em finais de setembro, era (é) para os judeus um dia de jejum e de extrema religiosidade. É o dia do perdão das faltas cometidas sobre os outros, perdão que se obtém desses outros, por meio da demonstração de um profundo arrependimento. Isto levanta-nos uma questão muito complexa: a data coincide com a nossa festa do Santo Cristo, também ela de grande religiosidade, no passado e ainda hoje. A devoção ao nosso Santo Cristo da Misericórdia já era grande no século XVIII, mas manifestava-se ao longo de todo o ano e não num dia especial. Terá sido criada a festa ao Santo Cristo para fazer esquecer aos descendentes dos judeus as suas antigas tradições religiosas, enquadrando-as no Cristianismo? Ou, por outro lado, ter sido criada por descendentes de judeus que consideravam, por tradição, os finais de setembro como um tempo sagrado.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Comentário ao "Inverno"

Na nossa terra, inverno como é dado é com muito frio e muita chuva; agora ver uma ovelha feita cabra é que não estamos muito avezados…
Mas, a avaliar pela fotografia e porque o ciclo se repete sempre, não tarda nada temos de novo a primavera!
M. L. Ferreira

domingo, 26 de janeiro de 2014

Somos (quase) todos judeus

Encontrei, na internet, este estudo sobre o vicentino Alexandre Henriques, que viveu na primeira metade do século XVIII e foi preso no Brasil, por praticar o judaísmo.
http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/1103/1476

José Teodoro Prata

sábado, 25 de janeiro de 2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Palha para a mula

Tive acesso a alguns números do jornal “PELOURINHO”, digitalizados e publicados pelo Tó Sabino (trabalho admirável o dele e o de toda a equipa do GEGA na pesquisa e divulgação da cultura da nossa terra!), e tem sido um voltar ao passado cheio de emoções.
A construção da escola, as valas enormes no meio das ruas para receber a água e os esgotos, a chegada de luz elétrica, a construção da barragem, a telescola, o nicho da Nossa Senhora dos Caminhos… Tantas coisas que parece que aconteceram ontem e já lá vão tantos anos!
 No meio de tantas notícias, histórias, e artigos de vária ordem, aparecem também muitos relatórios de contas das festas, de peditórios, de esmolas, etc.
A propósito de tudo isto achei interessante esta explicação sobre a côngrua paroquial publicada em Dezembro de 1964:

CÔNGRUA PAROQUIAL

O V preceito da Santa Igreja diz assim: «contribua todo o fiel para as despesas de culto e sustentação dos ministros do altar, conforme os costumes e usos legítimos».
Entre os pecados que bradam aos céus, o quarto reza assim: Não pagar o jornal a quem trabalha. Para evitar abusos, o Episcopado Português regulamenta com quanto deve contribuir cada família anualmente para a honesta sustentação do seu pároco, do seguinte modo: cada família deve ajudar a sustentação do pároco anualmente, com o equivalente ao salário de um dia de trabalho, conforme a profissão do seu chefe e, as famílias cujos chefes não são assalariados, devem ajudar conforme as suas posses. As famílias que estão ausentes da freguesia, devem ajudar com metade do estipulado atrás. As que não cumprirem o estipulado, só têm direito a pedir e receber os sacramentos de necessidade absoluta para a salvação (Baptismo e sacramento em perigo de vida) e passados três anos não receberão a visita pascal, não serão aceites como mordomos da confrarias ou festas e todo o serviço paroquial ao qual são devidos emolumentos, serão estes pagos em duplicado.
Em resumo: quem não ajuda o pároco a viver honestamente não é paroquiano.
Não faremos comentários nem confrontos. Que os faça cada um para si e meta a mão na consciência se está a cumprir o prescrito na lei.

… E depois lembrei-me desta pequena história que me contaram há dias:

Ainda não há muito tempo, as estradas não eram o que são hoje e os automóveis eram raros. Os pobres, que eram a maioria, andavam a pé, por montes e vales, cortando caminho por veredas e atalhos; o mais que podiam sonhar era ter um burro. Os de maiores posses andavam montados em mulas ou cavalos.
Era o caso do Vigário cá da terra que tinha uma mula valente e aos domingos, logo pela manhã, era vê-lo no alto da montada, a caminho da charneca para dizer a Santa Missa. O sacristão ia atrás, a pé.
Tinha fama de ser muito zeloso e preocupar-se com tudo o que eram necessidades e intenções, próprias e alheias. Não se cansava de pedir para tudo o que eram obras da igreja (que todos os invernos era uma enxovia), necessidades dos santos e das alminhas do purgatório, para os pretinhos de África e para a conversão dos comunistas. Chegava até a pedir para a mula que, coitada, tinha que andar bem comida para aguentar as caminhadas até àqueles ermos. É que sem mula não havia missa; e sem missa, era direitinho para o inferno…
Uma vez, no Casal da Serra, a meio da prática, lá vem o choradinho do costume: dinheiro para isto; milho e trigo para aquilo; azeite para mais não sei o quê e, a rematar, palha para a mula! Daimoso, como são todos os do Casal da Serra, mas também já farto daquela ladainha, há um homem que, do fundo da igreja, diz assim:
 - Eh Senhê Vegário, em vossemecê querendo palha, é só abrir a boca!

M. L. Ferreira

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Os condes da Borralha

Há algumas semanas, um anónimo publicou um comentário em Invasões Francesas 3 (26 de julho de 2009), pedindo informações sobre os viscondes e condes da Borralha. Eis o que já consegui reunir.

Francisco Caldeira Leitaõ de Britto foi o capitão-mor da Ordenança do concelho, no último quartel do século XVIII. Morava na Rua do Convento, que na época talvez incluísse a rua ao lado da Igreja Matriz, a atual Rua da Igreja, que ainda não aparece referida na documentação da época. Em 1775, já era dono da tapada pegada às suas casas e de outra detrás das Religiosas. As casas e estas duas tapadas vieram a formar a Quinta Nova, casa dos viscondes da Borralha, seus descendentes. O edifício principal, mesmo ao lado do adro da Igreja, ainda ostenta os seus traços barrocos e o brasão da família, pelo que terá sido edificado nestes finais do século XVIII. Também era dono do chão chamado Quintalinho. Tinha uma azenha e um lagar de azeite na ribeira da Vila. Era um dos maiores lavradores e criadores de gado do concelho.


 As casas de Francisco Caldeira (final do séc. XVIII) e herdeiros, 
na Rua da Igreja, em S. Vicente da Beira.
Em baixo, portão de entrada para a Quinta Nova ou Quinta da Casa Conde.

Francisco Caldeira Leytam de Brito Monis Albuquerque, natural da Sertã, era filho de Gonçalo Caldeira Leytam de Brito Monis da Sertã, e de Dona Maria Thereza de Albuquerque de Alcongosta. Casou, em S. Vicente da Beira, no dia 5 de Dezembro de 1768, com Ignes Caetana de Morais Sarmento e Andrade de S. Vicente da Beira, filha de Manoel Caetano de Morais Sarmento e de Dona Maria Thereza da Trindade e Morais, já falecidos à data do casamento.
Manoel Caetano de Morais Sarmento foi o capitão-mor do concelho, além de procurador do povo, em 1764, e testamenteiro do Vigário Joze Pegado de Siqueira, em 1767: «E pede a Manoel Caetano de Morais Sarmento, capitão-mor desta vila, que pelo amor de Deus e pela boa amizade, que sempre conservaram, queira ser seu testamenteiro, porque só dele esperava a boa satisfação desta disposição...». No ano de 1762, tinha 50 anos e uma fortuna avaliada em 20.000 cruzados.
Ignes Caetana era neta paterna do Capitão-Mor João de Andrade Morais e Pina, natural de S. Vicente da Beira, e de Inês Pereira Cardoso Frazão, de Castelo Branco, casados em 1705. E bisneta paterna do Sargento Manuel Travassos de Morais Sarmento, de S. Vicente da Beira, e Maria de Azevedo Cabral, casados em 1672.
O casamento de Francisco Caldeira e de Ignes Caetana ter-se-á revestido de grande solenidade, pois estiveram presentes o prior de Monsanto, Christovam de Andrade; o reverendo arcipreste de Castelo Branco, Doutor Manoel Cardozo Frazam; o reverendo prior do Telhado, Francisco de Albuquerque Cabral Maldonado; o Doutor Manoel Viegas de Castro, como vigário encomendado, em representação do bispo da Guarda; o cura Domingos Gaspar, que lavrou o assento de casamento. O pai do noivo foi representado pelo irmão, Paulo Caldeira de Brito Monis, como procurador.
Gonsalo Caldeira da Sertã, pai de Francisco Caldeira Leytam de Brito Monis Albuquerque, era proprietário no concelho antes de casar o filho com a herdeira da família Caetano de Morais Sarmento, pois a documentação relativa ao pagamento da décima dos bens rústicos da Partida refere terras aforadas aos herdeiros de Gonsalo Caldeira, em 1775.
Francisco Caldeira e Ignes Caetana tinham 3 filhos, em 1779. Francisco Caldeira faleceu em 1803. Durante as Invasões Francesas (1807-12) foi Ignes Caetana, já viúva, que fez os donativos: 1 junta de bois machos, 1 cavalo e 41 alqueires de farinha para os franceses; 100 alqueires de centeio para o Exército de Portugal.
Nesta altura, a viúva dispunha apenas da terça dos bens do casal. Os outros seriam propriedade dos seus filhos. Um deles, talvez o primogénito, era Gonçallo Caldeira de Albuquerque Cardoso Brito Moniz, que não vivia em S. Vicente da Beira. O seu feitor, Berardo Joze Leal, entregou 10 alqueires de centeio ao exército francês, contribuiu com 240 réis para o Exército de Portugal, em 1808, e o seu ganhão realizou 7 serviços de transporte para o mesmo exército, entre1810 e 1812.
Segue-se a genealogia desta família.

1. Paulo Caldeira de Brito, baptizado a 2 de Julho de 1630 e casado com Maria de Andrade.
2. Pedro Caldeira Leitão de Brito, filho do n.º 1, viveu em Pedrógão Grande e casou com Joana Maria da Costa Manso, em 18 de Setembro de 1688.
3. Gonçalo Rodrigues Caldeira Leitão de Brito Moniz, filho do n.º 2, casou com Maria Teresa Freire de Albuquerque Maldonado e vivia na Sertã. Tiveram Paulo Caldeira de Brito Moniz e…
4. Francisco Caldeira Leitão de Brito Moniz Albuquerque, filho do n.º 3, nasceu na Sertã, em 1749, e casou, em S. Vicente da Beira, com Inês Caetana de Morais Sarmento e Andrade, em 1768. Além do filho que se segue e de um terceiro que desconhecemos, tiveram Ana Caldeira, casada com Manuel do Rego de Albuquerque, da vila de Alpedrinha.
5. Gonçalo Caldeira Leitão de Albuquerque Cardoso Brito Moniz, filho do n. 4, já não vivia em S. Vicente da Beira, em 1807-12, mas tinha lá um feitor, para lhe administrar as propriedades. Casou com Josefa Margarida Pinto de Macedo Mascarenhas, herdeira de uma família comcasa senhorial na Borralha, em Águeda. Gonçalo Caldeira pertenceu ao Conselho do Rei e faleceu em 1840.



 Casa e jardim dos viscondes e condes da Borralha, Águeda. 
O palacete está atualmente adaptado a hotel.

6. Francisco Caldeira Leitão Pinto de Albuquerque de Brito Moniz (1803-1873), filho do n.º 5, foi moço-fidalgo com exercício na Casa Real, bacharel em Direito, par do Reino e do Conselho do Rei. Casou, em 1836, com Inês de Vera Geraldes de Melo Sampaio e Bourbon. O título de visconde da Borralha foi-lhe concedido por duas vidas, pela rainha D. Maria II, por Carta de 1852.
7. Gonçalo Caldeira Cid Leitão Pinto de Albuquerque (1839-1906), filho do n.º 6, foi o 2.º visconde da Borralha. Era também moço-fidalgo com exercício na Casa Real, bacharel em Direito e par do Reino, por sucessão. Casou, em segundas núpcias, no ano de 1877, em Paris, com Carolina Hildegarda Orne. Por Decreto de 1864, foi-lhe concedida a verificação da segunda vida do título paterno de visconde e foi elevado a conde, pelo rei D. Luís, por Decreto de 1883.
8. Francisco Caldeira Cid Leitão Pinto de Albuquerque (1878-1946), filho do segundo casamento do n.º 7, foi o 2.º conde da Borralha. Era investigador de História e Arqueologia. Casou, em 1910, com Maria da Conceição do Casal Ribeiro de Carvalho. Tiveram um filho, Gonçalo Caldeira Cid Leitão Pinto de Albuquerque da Borralha (1911-?) e uma filha, Inês de Vera de Carvalho Caldeira da Borralha (1912-?), casada com Venâncio Augusto Deslandes, general de Aeronáutica, governador de Angola e embaixador de Portugal em Madrid.

Em S. Vicente da Beira, a Quinta Nova ou Quinta do Visconde da Borralha ou Quinta da Casa Conde foi herdada por Aldina de Vires Caldeira, filha natural do 2.º conde, em meados do século XX. No ano de 1984, a quinta foi vendida ao sr. João Delgado, emigrante em França, mas natural dos Cunqueiros, freguesia da Sobreira Formosa, concelho de Proença-a-Nova.



Gonçalo Caldeira Cid Leitão Pinto Albuquerque, 1.º conde da Borralha, e a sua 2.ª mulher, Carolina Hildegarda Horne.



Carolina Hildegarda Horne e o seu filho Francisco Caldeira Cid Leitão Pinto de Albuquerque, futuro 2.º conde da Borralha.

José Teodoro Prata

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Pe. João Diogo


Encontrei esta notícia na internet.
Se algum leitor souber quem eram os pais de João José Saraiva Diogo (1920-1974), Francisco Diogo e Maria Madalena Saraiva, agradeço que nos informe. E de quais os seus familiares ainda a viver em São Vicente.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Batismos, 1802

BATISMOS, 1802
Igreja de Nossa Senhora da Assunção
São Vicente da Beira

- Crianças batizadas, em 1802: 44 (1800 – 32; 1801 – 41). Lembro que apenas se registava o batismo, não o nascimento. Em cada ano, várias crianças morreriam antes de serem batizadas.
1802: batismos: 44; óbitos: 37; saldo fisiológico: +7.
- No passado mês de novembro, assisti a alguns trabalhos das Jornadas de Medicina da Beira Interior. Numa intervenção, foi dito que os judeus batizavam os filhos sete dias após o nascimento. Os cristãos tinham a mesma regra, mas já havia algum relaxamento.
- Dois bebés expostos: uma menina nos Pereiros (n.º 15) e um menino na roda da Vila (n.º 34).
- Nasceram dois meninos gémeos, no Mourelo (n.º 25).
- Regista-se uma fortíssima ligação familiar dos povos da Charneca, com realce para o Violeiro, às gentes do Engarnal e das Rochas de Cima.
- José Antunes e Isabel Rodrigues, do Pereiros, os avós paternos de Joana (n.º 42), são antepassados diretos dos Teodoro (e dos Santos e talvez dos Matias) de São Vicente. Além deste filho Jacinto Antunes, a viver na Senhora da Orada, onde os pais haviam sido ermitões, o casal também teve Maria de Jesus, que casou com Manuel Vaz dos Santos, o n.º 2 de uma geração que teve como n.º 10 o primeiro Teodoro (Ver “Os Teodoros”, 30 de julho de 2011).
- José Leitão Canuto e João Leitão Canuto, pais das crianças números 28 e 31, eram filhos de Manuel Leitão Canuto, de São Vicente, e de Francisca Maria Antunes, do Fundão. Netos, pais e avós viviam todos em São Vicente. João Leitão Canuto morava no Casal dos Ramos e, em 1881 e 1812, andou 27 dias, com a sua junta de bois, a fazer transportes para o Exército de Portugal, no âmbito das Invasões Francesas.
A documentação da Câmara de São Vicente, relativa às Invasões Francesas, informa que os franceses levaram uma mula, em dezembro de 1807/janeiro de 1808, no valor de 8 moedas de ouro (38$4000 réis), a António Leitão Canuto e ao seu sobrinho. O sobrinho seria possivelmente o João Leitão Canuto acima referido, pois já era um médio agricultor, em 1811-12. António Leitão Canuto seria irmão de Manuel Leitão Canuto.
- Os registos de batismo de 1800, 1801 e 1802 permitem refazer a família de Manuel Rodrigues Diabinho e Isabel Francisca do Tripeiro. Tinham pelo menos 4 filhos.
Manuel Ramos, casado com Maria Martins, das Rochas de Cima (tiveram uma filha chamada Maria, nascida a 18-02-1800, e um filho chamado Francisco, nascido a 22/03/1802).
Joaquim Rodrigues, casado com Brites Leitoa, do Mourelo (tiveram um filho chamado António, nascido a 01/01/1801).
Maria Rodrigues, casada com Manuel Antunes, do Mourelo (tiveram uma filha chamada Josefa, nascida a 12/07/1801).
Faustino Rodrigues, casado com Joana Leitoa, do Mourelo (tiveram um filho, chamado Joaquim, nascido a 21/07/1802). Durante as Invasões Francesas (1807-1812), vivia no Mourelo e fez um transporte com o carro de bois (entre Abrantes e C. Branco), de meias com Joaquim Rodrigues Diabinho, o seu irmão acima referido. Eram naturais do Tripeiro, mas viviam os dois no Mourelo.
- Nesta listagem e nas que se seguirão, já não incluo a naturalidade, pois não consta dos registos de batismo. Cada um poderá concluí-la (ou não), a partir dos dados fornecidos.

1.       
Nome: Joze
Pais: Antonio Joze de Oliveira e Roza Maria
Avós paternos: Joze Antonio e Maria Joana, ambos de São Vicente
Avós maternos: Teodozio Duarte, da Póvoa da Atalaia, e de Maria das Candeias, de São Vicente
Data de nascimento: 08/01/1802
Data de batismo: 16/01/1802
Padrinhos: Teodozio Duarte, avô do Joze, e Maria, solteira, filha deste Teodozio Duarte e por isso tia do Joze
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Mathias Henriques
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

2.       
Nome: Joze
Pais: Joze Luis, do Mourelo e Maria Gama, do Engarnal
Avós paternos: Luis Roque, de Almaceda, e Antonia Leitoa, do Mourelo
Avós maternos: João Rodrigues, de Casas da Zebreira, e Izabel Gama, de Almaceda
Data de nascimento: 04/01/1802
Data de batismo: 17/01/1802
Padrinhos: Manoel Fernandes, da Partida, e Luiza, solteiro, filha de Joze Antonio, do Mourelo
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, ambos de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulaõ

3.       
Nome: Maria
Pais: Teodoro Dias, da Partida, e Rosaura Leitoa, do Mourelo
Avós paternos: Teodoro Dias e Izabel Leitoa, da Partida
Avós maternos: Bonifacio Leitaõ e Maria Rodrigues, do Mourelo
Data de nascimento: 10/01/1802
Data de batismo: 17/01/1802
Padrinhos: Joze Francisco, do Mourelo, e Maria, solteira, filha de Teodoro Dias, da Partida
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, ambos de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulaõ

4.       
Nome: Leonor
Pais: Joze Vas e Anna Joaquina, ambos de São Vicente
Avós paternos: Manoel Nunes, de São Vicente, e Izabel Vas, do Mourelo
Avós maternos: João Lopes e Tereza de Jezus, de São Vicente
Data de nascimento: 23/01/1802
Data de batismo: 31/01/1802
Padrinhos: Vigário Francisco Marques Goulaõ (e tocou com procuração sua o seu sobrinho Cadete Joaquim de Andrade de Azevedo Lemos) e Dona Leonor Angelica de Azevedo Lemos (tocou com procuração sua o Reverendo Joaquim Maques), todos de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, ambos de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: 2.º matrimónio da parte do pai e 1.º da parte da mãe

5.       
Nome: Joze
Pais: Joam Lopes, da Enxabarda, e Maria Antunes, do Violeiro
Avós paternos: Joam Lopes, do Souto da Ruiva, freguesia de Pomares (Arganil), e Izabel Maria, da Enxabarda
Avós maternos: Joze Pires, do Violeiro, e Inocencia Maria, de Almaceda
Data de nascimento: 10/02/1802
Data de batismo: 17/02/1802
Padrinhos: Joze Pires, solteiro, do Violeiro, filho do avô materno, e Brites, solteira, filha de Joze …ves(?), do Violeiro
Testemunhas: Pe. Tesoureiro Joze Barata e Joam Antonio Marques
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulaõ

6.       
Nome: Joze
Pais: Antonio Joze da Conceiçaõ, de Pedrogão Grande, e Joana Faustina, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Fernandes e Maria Tereza, de Pedrogão Grande
Avós maternos: Joze Leitam, das Rochas de Baixo, e Ignes Faustina, de São Vicente
Data de nascimento: 08/02/1802
Data de batismo: 21/02/1802
Padrinhos: Joze Bernardo e sua mulher Barbora Maria, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Tesoureiro Joze Baratta e Joze Gonsalves, juiz da Igreja
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulaõ

7.       
Nome: Francisco
Pais: Manoel Nunes da Trindade, de S. Miguel d´Acha, e Rosaura Maria, de Alcains, ambos moradores em São Vicente
Avós paternos: Manoel Nunes da Trindade e Sebastiana(?) Martins, de S. Miguel d´Acha
Avós maternos: Afonso Vas e Roza Maria, de Alcains
Data de nascimento: 15/02/1802
Data de batismo: 23/02/1802
Padrinhos: Vigário Francisco Marques Goulaõ e sua sobrinha Dona Leonor Angelica, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

8.       
Nome: Gregorio
Pais: Agostinho Fernandes e Maria Joaquina, ambos de São Vicente
Avós paternos: Francisco Fernandes, de Alcains, e Maria Duarte, de Cafede
Avós maternos: Angelo Rodrigues, de São Vicente, e Maria Joaquina, do Sobral do Campo
Data de nascimento: 18/02/1802
Data de batismo: 25/02/1802
Padrinhos: Gregorio Lopes e sua mulher Maria Ignacia
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

9.       
Nome: Luis
Pais: Joze Fernandes e Maria Gonsalves, do Violeiro
Avós paternos: Manoel Fernandes Sapateiro, do Violeiro, e Izabel Martins, do Engarnal
Avós maternos: Antonio Gonsalves e Maria Pires, do Violeiro
Data de nascimento: 21/02/1802
Data de batismo: 28/02/1802
Padrinhos: Luis Martins e Izabel, solteira, filha de Maria Pires, viúva, ambos do Violeiro
Testemunhas: Pe. Joze Baratta e Joze Gonsalves, de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

10.   
Nome: Joaõ
Pais: Caetano Duarte, de Tinalhas, e Maria da Ressurreição, da Póvoa de Rio de Moinhos
Avós paternos: Antonio Duarte Ramalho e Maria Duarte, de Tinalhas
Avós maternos: Pedro Simoins, da Póvoa, e Domingas Gonçalves, de Tinalhas
Data de nascimento: 22/02/1802
Data de batismo: 04/03/1802
Padrinhos: Vigário Francisco Marques Goulam e Joana Barata, recolhida do Mosteiro da Vila (tocou com procuração sua o Pe. Joaquim Marques)
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçlaves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

11.   
Nome: Maria
Pais: Matheus Dias Lameira, de Porença-a-Nova, e Sicilia Pires, do Louriçal do Campo
Avós paternos: Manoel Dias Lameira e Maria Marques, de Idanha-a-Nova
Avós maternos: Gregorio Duarte e Catherina Pires, do Louriçal
Data de nascimento: 24/02/1802
Data de batismo: Não indicada
Padrinhos: Thomas Dias, solteiro, do Louriçal, e Maria Ritta, criada do Capitão-Mor (tocou com procuração o Pe. Joze Baratta)
Testemunhas: Joze Gonsalves e Manoel Baratta
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam
Observações: 2.º matrimónio da parte da mãe

12.   
Nome: Francisco
Pais: Manoel Ramos, do Tripeiro, e Maria Martins, das Rochas de Cima
Avós paternos: Manoel Rodrigues Diabinho e Izabel Francisca, do Tripeiro
Avós maternos: Domingos Martins, de Ribeiro de Eiras, e Inocencia Leitoa, do Engarnal
Data de nascimento: 22/03/1802
Data de batismo: 29/03/1802
Padrinhos: os irmãos Joaõ e Joaquina, ambos solteiros e filhos de Joaõ Martins, das Rochas de Cima
Testemunhas: Pe, Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

13.   
Nome: Joaquina
Pais: Manoel Francisco, do Vale de Figueiras, e Maria Leitoa, das Rochas de Cima
Avós paternos: Domingos Francisco, do Vale de Figueiras, e Antonia Rodrigues, das Rochas de cima
Avós maternos: Antonio Leitaõ e Maria Leitoa, das Rochas de Cima
Data de nascimento: 25/03/1802
Data de batismo: 01/04/1802
Padrinhos: Manoel e Joaquina, solteiros, filhos de Antonio Leitaõ, das Rochas de Cima
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. Joaõ Ribeiro, ambos de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

14.   
Nome: Joaõ
Pais: Joaõ de Oliveira e Anna de Oliveira, de São vicente
Avós paternos: Joze de Oliveira e Francisca Gonçalves, do Sobral do Campo
Avós maternos: Joaõ Joze Dias de Oliveira e Maria Joana, de São Vicente
Data de nascimento: 27/03/1802
Data de batismo: 04/04/1802
Padrinhos: Joaõ Joze Dias de Oliveira e sua filha Maria, solteira
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. Joaõ Ribeiro, ambos de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

15.   
Nome: Maria
Pais: Incógnitos
Avós paternos: Incógnitos
Avós maternos: Incógnitos
Data de nascimento: Desconhecida
Data de batismo: Não indicada (o registo é de 04/04/1892)
Padrinhos: Pe, Joaõ Ribeiro
Testemunhas: Joze Barata e Joze Antonio Rolaõ
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: Exposta na noite de 24 de Março, nos Pereiros; trazia consigo um bilhete a indicar que já fora batizada.)

16.   
Nome: Lopo
Pais: Joze Fernandes da Ressurreissam e Maria Joaquina Vas Ramos, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Fernandes, do Castelejo (Fundão), e Izabel Maria, de São Vicente
Avós maternos: Miguel Fernandes, do Freixial do Potes (Fundão, atual Freixial), e Maria Vas Ramos, do Sobral do Campo
Data de nascimento: 30/03/1802
Data de batismo: 07/04/1802
Padrinhos: Doutor Joze Antonio de Moura e sua mulher Dona Maria Joana
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonsalves, de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

17.   
Nome: Antonio
Pais: Joze Leitam, de São Vicente, e Maria Roza, da Paradanta
Avós paternos: Joze Leitam, das Rochas de Baixo, e Ignes Faustina, de São Vicente
Avós maternos: Manoel Leitam e Maria Rodrigues, da Paradanta
Data de nascimento: 01/04/1802
Data de batismo: 09/04/1802
Padrinhos: Joaõ Martins Marciliano e sua mulher Jozefa Leitoa, ambos dos Pereiros
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. Joaõ Ribeiro, ambos de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

18.   
Nome: Izabel
Pais: Manoel Pereira, do Violeiro, e Maria Pascoa, também do Violeiro
Avós paternos: Manoel Joaõ e Joana Rodrigues, do Estreito
Avós maternos: Manoel Fernandes, do Violeiro, e Maria Pascoa, do Engarnal
Data de nascimento: 18/04/1802
Data de batismo: 25/04/1802
Padrinhos: Joze Alves e Izabel, solteira, filha de Maria Pires, todos do Violeiro
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: 2.º matrimónio da parte de ambos

19.   
Nome: Joaquina
Pais: Antonio Rodrigues, do Violeiro, e Inocencia Martins, também do Violeiro
Avós paternos: Miguel Rodrigues, do Engarnal, e Maria Antunes, do Violeiro
Avós maternos: Joze Fernandes, do Violeiro, e Maria Martins, das Rochas de Cima
Data de nascimento: 19/04/1802
Data de batismo: 25/04/1802
Padrinhos: Joze, solteiro, filho de Joze Fernandes Rato, e Maria Fernandes, mulher de Joze Rodrigues, todos do Violeiro
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: 2.º matrimónio da parte do pai

20.   
Nome: Eleuterio
Pais: Joze Alves, de Tinalhas, e Anna Faustina, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Alves, da Capinha, e Maria Pires, de Tinalhas
Avós maternos: Thome Lopes e Maria Faustina, de São Vicente
Data de nascimento: 22/04/1802
Data de batismo: 02/05/1802
Padrinhos: Eleuterio Freire e Maria, sua filha, solteira, dos Pereiros
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joaõ Antonio Rolaõ
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
21.   
Nome: Maria
Pais: Manoel Tavares, de São Romão, e Maria Leitoa, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Tavares, de Sazes, freguesia de Valezim, e Maria Mansa, do mesmo lugar
Avós maternos: Julio Mendes e Ignes Leitoa, ambos de São Vicente
Data de nascimento: 24/04/1802
Data de batismo: 04/05/1802
Padrinhos: Manoel do Rego e Albuquerque, solteiro, e sua irmã, Dona Maria Magdalena Freire (tocou, com procuração sua, o Capitão-Mor Francisco Caldeira), ambos de Alpedrinha, e Berardo Joze, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joaquim Joze de Brito, ambos de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: 2.º matrimónio da parte do pai

22.   
Nome: Joze
Pais: Pedro Pires e Tereza dos Santos(?), do Violeiro
Avós paternos: Pedro Pires, do Violeiro, e Izabel Rodrigues, de Almaceda
Avós maternos: Joze Alves, de Lisboa, e Izabel Gonçalves, do Engarnal
Data de nascimento: 05/05/1802
Data de batismo: 12/05/1802
Padrinhos: Joze e Anna, solteiros, filhos de Joze Alves, todos do Violeiro
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Francisco Antonio dos santos, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves


23.   
Nome: Joze
Pais: Manoel Rodrigues Lobato e Luiza(?) Maria, do Freixial dos Potes (Freixial, Fundão)
Avós paternos: Joze Lobato e Joana Ratinha, do Freixial dos Potes
Avós maternos: Manoel Francisco Pedralva e maria Rodrigues, do Freixial dos Potes
Data de nascimento: 29/05/1802
Data de batismo: 06/06/1802
Padrinhos: Mathias Joze Henriques e sua filha Brites, solteira, ambos de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Bonifacio de Brito, ambos de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

24.   
Nome: Antonia
Pais: Joze Pereira, de São Vicente, e Brites Maria do Rosario, de Alcongosta
Avós paternos: Joze Rodrigues e Ignes Antunes, de São Vicente
Avós maternos: Manoel dos Santos, de São Vicente, e Maria do Rozario, de Alcongosta
Data de nascimento: 30/05/1802
Data de batismo: 06/06/1802
Padrinhos: Pe. Joaõ Ribeiro e sua irmã Antonia, solteira, filhos de Joze Ribeiro, todos de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Ribeiro
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

25.   
Nome: Joaõ e Antonio
Pais: Manoel Mendes, de Almaceda, e Joaquina Antonia, do Mourelo
Avós paternos: Manoel Mendes Brezido(?) e Clara de Almeida, de Alcains
Avós maternos: Luis Roque, de Almaceda, e Antonia Leitoa, do Mourelo
Data de nascimento: 10/06/1802
Data de batismo: 17/06/1802
Padrinhos: Joaõ Antunes e sua mulher Maria Antonia, do Mourelo
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Pereira, ambos de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

26.   
Nome: Joam
Pais: Joze Antonio, de Vale de Figueiras, e …cia(?) Antunes, do Descoberto, freguesia de Bogas de Baixo
Avós paternos: Antoinio(?) Fernandes, da Partida, e Maria(?) Francisca, de Vale de Figueiras
Avós maternos: Joam Francisco, do Descoberto, e Joana Antunes, da Malhada Velha, freguesia de Silvares
Data de nascimento: 16/06/1802
Data de batismo: 04/07/1802
Padrinhos: Não indicados
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonsalves
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam
Observações: Foi batizado em casa, por nascer em perigo de vida, pelo seu tio Manoel Antonio

27.   
Nome: Manoel
Pais: Caetano Duarte, de São Vicente, e Maria Duarte, do Sobral do Campo
Avós paternos: Francisco Antunes, de São Vicente, e Joana Duarte, do Casal da Serra
Avós maternos: Joaõ Francisco Garrido, do Orvalho, e Antonia Duarte, do Sobral do Campo
Data de nascimento: 14/07/1802
Data de batismo: 21/07/1802
Padrinhos: Joze e Anna, solteiros, filhos de Francisco Fernandes e Maria Duarte, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. João Ribeiro, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

28.   
Nome: Joze
Pais: Joze Leitaõ Canuto e Izabel Maria, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Leitão Canuto e Francisca Maria Antunes, de São Vicente
Avós maternos: Manoel Fernandes, do Castelejo, e Izabel Maria, de São Vicente
Data de nascimento: 16/07/1802
Data de batismo: 22/07/1802
Padrinhos: Joze Caetano e sua mulher Anna Rita, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. João Ribeiro, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

29.   
Nome: Anna
Pais: Manoel Lourenço, do Tripeiro, e Escolastica Maria, do Sobral do Campo
Avós paternos: Manoel Lourenço e Izabel Francisca, do Tripeiro
Avós maternos: Simão Fernandes, do Tripeiro, e Simoa Pires, do Sobral do Campo
Data de nascimento: 22/07/1802
Data de batismo: 01/08/1802
Padrinhos: Joze Lourenço e Rosaura, solteira, filha de Faustino Lourenço, do Tripeiro
Testemunhas: Joze Gonçalves e Joaõ Antonio Rolaõ
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

30.   
Nome: Joaquim
Pais: Faustino Rodrigues, do Tripeiro, e Joana Leitoa, do Mourelo
Avós paternos: Manoel Rodrigues Diabinho e Izabel Francisca, do Tripeiro
Avós maternos: Maximio Antunes, do Mourelo, e Maria Leitoa, dos Pereiros
Data de nascimento: 21/07/1802
Data de batismo: 01/08/1802
Padrinhos: Joze Francisco e sua filha Felicia, solteira, do Mourelo
Testemunhas: Joze Gonçalves e Joaõ Antonio Rolaõ
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

31.   
Nome: Joze
Pais: Joam Leitaõ e Izabel Maria, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Leitaõ Canuto, de São Vicente, e de Francisca Maria, do Fundão
Avós maternos: Joze Antunes Rapozo e Ignes Antunes, de São Vicente
Data de nascimento: 07/08/1802
Data de batismo: 16/08/1802
Padrinhos: Joze da Roza (tocou, com procuração, Joze Caetano) e Francisca Roza (tocou, com procuração, Maria Barbora), aqueles (os padrinhos) do Fundão e estes de São Vicente
Testemunhas: Manoel Barata e Joam Barata de Gouvea
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

32.   
Nome: Francisco
Pais: Manoel Leitaõ e Maria Nunes, do Mourelo
Avós paternos: Mathias Leitaõ, do Mourelo, e Izabel Jorge, de Martim Branco
Avós maternos: Joaõ Alves, do Mourelo, e Maria Nunes, de Martim Branco
Data de nascimento: 26/08/1802
Data de batismo: 05/09/1802
Padrinhos: Francisco e Jozefa, solteiros, filhos de Joaõ Alves, do Mourelo
Testemunhas: Pe Joze Barata e Joaõ Antonio Rolaõ, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

33.   
Nome: Jacinto
Pais: Martinho Rodrigues, de São Vicente, e Margarida Antonia, de Janeiro de Cima
Avós paternos: Jacinto Rodrigues Castanheira, do Souto da Casa, e Maria Leitoa, de São Vicente
Avós maternos: Manoel Antunes e Izabel Maria, de Janeiro de Cima
Data de nascimento: 29/09/1802
Data de batismo: 06(?)/10/1802
Padrinhos: Francisco e Maria, solteiros, filhos de Jacinto Rodrigues Castanheira
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Barata, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

34.   
Nome: Francisco
Pais: Incógnitos
Avós paternos: Incógnitos
Avós maternos: Incógnitos
Data de nascimento: Desconhecida
Data de batismo: 11/09/1802
Padrinhos: Francisco Antonio Simoins, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Barata, de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam
Observações: Exposto na roda da Vila, pelas 3 horas da madrugada do dia 6 de setembro

35.   
Nome: Maria
Pais: Joze de Almeida, de Folgozinho, bispado da Guarda, e Antonia da Cruz Nunes, de Ruivos, bispado de Pinhel
Avós paternos: Francisco Domingos de Almeida e Maria Tavares, de Folgozinho
Avós maternos: Luiza Nunes, de Ruivos, e avô incógnito
Data de nascimento: 24/09/1802
Data de batismo: 03/10/1802
Padrinhos: Francisco Martins Moraes(?) e sua mulher Maria Rodrigues da Cruz, do Sobral do Campo (tocou, com procuração da madrinha, João Tavares, também do Sobral)
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

36.   
Nome: Jozefa
Pais: Joze Matheus, do Tripeiro, e Maria Francisca, do Mourelo
Avós paternos: Joze Matheus, do Maxial do Campo, e Joana Gonçalves, do Tripeiro
Avós maternos: Antonio Fernandes Baranda e Maria Francisca, do Mourelo
Data de nascimento: 27/09/1802
Data de batismo: 05/10/1802
Padrinhos: Joze Matheus e sua mulher Jozefa Nunes, do Padrão
Testemunhas: Capitão João Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

37.   
Nome: Maria
Pais: Francisco Joze, do Casal do Lopio, freguesia do Freixial do Campo, e Maria Sebastiana, de Almaceda (assistentes no Tripeiro)
Avós paternos: Joze Lourenço, do Casal do Lopio, e Maria Nunes, do Padrão
Avós maternos: Joaõ Rodrigues, da Foz Giraldo, e Maria Mendes, de Almaceda
Data de nascimento: 01/11/1802
Data de batismo: 07/11/1802
Padrinhos: Paulo Pires, do Casal do Lopio, e Joana Freire, solteira, filha de Joze Fernandes Baranda, do Tripeiro
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam
Observações: 2.º matrimónio da parte da mãe

38.   
Nome: Jozefa
Pais: Francisco Alves, do Mourelo, e Maria Leitoa, da Partida
Avós paternos: Joaõ Alves e Maria Nunes, do Mourelo
Avós maternos: Teodoro Dias e Izabel Leitoa, da Partida
Data de nascimento: 02/11/1892
Data de batismo: 07/11/1802
Padrinhos: Joze e Jozefa, solteiros, filhos de Teodoro Dias, da Partida
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

39.   
Nome: Maria
Pais: Joaquim Vas Rapozo e Maria Barbora, de São Vicente
Avós paternos: Manoel Vas Rapozo e Maria Madalena, de São Vicente
Avós maternos: Antonio Rodrigues Marques Lobo e Maria Barbora, de São Vicente
Data de nascimento: 31/10/1802
Data de batismo: 07/11/1802
Padrinhos: Francisco Rodrigues e Maria Matheus, filhos de Joze(ou Joaõ) Rodrigues Marques, de São Vicente
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. Joam Ribeiro, de São Vicente
Sacerdote: Vigário Francisco Marques Goulam

40.   
Nome: Joze
Pais: Joaõ Mendes, da Paradanta, e Inocencia Leitoa, do Vale de Figueiras
Avós paternos: Valentim Rodrigues, da Paradanta, e Maria Mendes, de Almaceda
Avós maternos: Joaõ Rodrigues, do Vale de Figueiras, e Maria Leitoa, de Rochas de Cima
Data de nascimento: 12/11/1802
Data de batismo: 21/11/1802
Padrinhos: Manoel e Jacinta, solteiros, filhos de Manoel Leitaõ da Roza, da Paradanta
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Barata, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

41.   
Nome: Jacinta
Pais: Domingos Lourenço, de São Vicente, e Tereza Oliveira, do Souto da Casa
Avós paternos: Domingos Lourenço, da Soalheira, e Roza Maria, de São Vicente
Avós maternos: Pedro Martins Ferreira, de M…(?), Fundão, e Felicia de Oliveira, do Souto da Casa
Data de nascimento: 08/11/1802
Data de batismo: 21/11/1802
Padrinhos: Joaõ Gonçalves e sua mulher Jacinta de Oliveira, do Souto da Casa
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Barata, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

42.   
Nome: Joana
Pais: Jacinto Antunes, da Senhora da Orada, São Vicente, e Izabel Leitoa, da Paradanta
Avós paternos: Joze Antunes e Izabel Rodrigues, dos Pereiros
Avós maternos: Manoel Leitaõ da Roza e Maria Rodrigues, da Paradanta
Data de nascimento: 16/11/1802
Data de batismo: 22/11/1802
Padrinhos: Bernardo Joze e sua mulher Joana Leitoa, da Paradanta
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Pe. Joaõ Ribeiro, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

43.   
Nome: Joze
Pais: Joze Martins, dos Pereiros, e Jozefa Leitoa, da Paradanta
Avós paternos: Marceliano Martins e Martinha Figueira, dos Pereiros
Avós maternos: Manoel Leitaõ e Maria Rodrigues, da Paradanta
Data de nascimento: 22/11/1802
Data de batismo: 28/11/1802
Padrinhos: Joze Leitaõ Paradanta, de São Vicente, e Joaquina, solteira, filha de Marceliano Martins, dos Pereiros
Testemunhas: Joaõ Antonio e Joze Gonçalves, de São Vicente
Sacerdote: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves


José Teodoro Prata